Resultado da balança comercial acende luz amerela

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O déficit no resultado das transações de serviços e comércio do Brasil com o resto do mundo alcançou US$ 70 bilhões no primeiro trimestre deste ano. O resultado "acende a luz amarela" e reflete a falta de investimentos para aumentar a competitividade da industria nacional, apontam economistas consultados.

O consultor de economia da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Ernane Galvêas, diz que a falta de investimentos no setor de infraestrutura e a deficiência na logística dos transportes – nas rodovias, ferrovias e portos -, são fatores cruciais para o mau resultado e a falta de competitividade da nossa indústria.

 

"A indústria brasileira perdeu capacidade de competição. É praticamente inexpressivo o saldo das exportações da indústria. As exportações estão caindo, as importações subindo e os gastos estrangeiros não estão compensando. A entrada de capital não está cobrindo", sintetiza.

Ernane considera "difícil" a situação da balança comercial, mas pondera sobre a gravidade do déficit lembrando que a reserva brasileira tem certa folga. "O mercado internacional está muito fraco e não será fácil ter superávit na balança comercial. Mas é possível conviver com esse déficit porque temos essa gordura de US$ 375 bilhões de reserva ", avalia.

Por sua vez, o economista e ex-ministro, Delfim Neto, diz que o mau resultado é "natural" e reflete fraco cenário econômico mundial: "O déficit é consequência natural da extrema supervalorização do real, supervalorização essa que temos insistido ao longo de muitos anos. Esse resultado não é alarmante porque estamos protegidos por reservas cambiais adequadas. Mas, quando o mundo começar a se recuperar, as condições vão mudar porque as taxas de juros deverão subir e os movimentos de capitais deverão se alterar".

Já o economista Pedro Rossi, da Unicamp, bate na mesma tecla da falta de competitividade da indústria brasileira. Ele diz que o déficit "acendeu a luz amarela" e é um indicador de que há problemas na estrutura produtiva nacional.

"Vejo como fragilização da estrutura produtiva, principalmente da indústria que sofre com a substituição da produção interna pelos produtos externos", analisa. Segundo Rossi, é preciso reagir no sentido de proteger a indústria nacional. "É preciso aumentar a competitividade, reduzir o custo da nossa industria. A taxa de câmbio é outro instrumento importante que deve ser utilizado", opina.

Fonte: Jornal do Brasil

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