Bactéria dizima a produção de camarões em cativeiro na Ásia

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A produção e as exportações de camarões da Tailândia podem cair à metade este ano por causa de uma doença conhecida como Síndrome da Mortalidade Precoce (EMS, em inglês), no que configuraria a pior crise da indústria de carcinicultura já registrada no país. Apesar da queda acentuada da produção na Tailândia, a doença foi registrada também em outros três países da Ásia - China, Malásia e Vietnã -, onde mais de um milhão de pessoas dependem da atividade econômica como sustento financeiro.

Segundo a Associação Tailandesa de Camarões, a produção anual de 500 mil toneladas e as exportações de 350 mil toneladas serão fortemente afetadas neste ano, apesar dos esforços da indústria e do governo em deter a contaminação. "Estamos vendo sinais encorajadores de que a doença está sendo contida", afirmou Somsak Paneetatayasai, diretor da entidade. "Mas os produtores tailandeses estão mais cautelosos em iniciar novas reproduções, o que está dificultando o incremento da produção para níveis anteriores à doença". O desfalque na produção é tão significativo que as empresas tailandesas já consideram importar camarões e seus subprodutos congelados do Equador, Índia e Vietnã, na tentativa de acomodar o consumo doméstico, afirmou ontem a Associação de Alimentos Congelados da Tailândia.

Desde 2009 a contaminação vem sendo registrada em cativeiros asiáticos, tendo dizimado populações inteiras de camarões. Em 2011, fazendas de Hainan, Guangdong, Fujian e Guangxi, na China, sofreram perdas de quase 80%. Desde então, a Agência para Agricultura e Alimentação da ONU (FAO) iniciou missões de campo no Vietnã para implementar projetos de assistência ao produtor, incluindo melhores práticas para a prevenção de novos casos da doença.

Somente em maio deste ano, no entanto, cientistas da Universidade de Arizona, nos Estados Unidos, identificaram o agente causador por trás da contaminação: a bactéria Vibrio parahaemolyticus, comumente encontrada nas águas salobras dos estuários.

De acordo com a FAO, os prejuízos deverão reforçar a necessidade de investimentos para uma alimentação de alta qualidade, considerado fundamental para mantê-los em condições saudáveis, além de esforços em aliviar o estresse dos camarões e a implantação de "vazio sanitário" das piscinas.

Apesar da queda na produção deste ano, as empresas ainda fazem apostas no mercado de carcinicultura, diante da demanda em alta mundial. A americana Cargill, maior empresa do agronegócio do mundo, anunciou, na semana passada, a aquisição da Siamakme Aquatic Feeds, produtora de ração para a criação de camarões da Tailândia. A planta processadora da Siamakme, que foi construída em 2001 e expandida em 2008, tem capacidade de produção de 60 mil toneladas de ração para camarão por ano.

A companhia já mantém operações no segmento de rações para camarões no México, Nicarágua, Honduras, Guatemala, Peru, Venezuela, Índia, Malásia e no Vietnã. O valor do negócio na Tailândia não foi revelado.

A Ásia produz anualmente cerca de três milhões de toneladas de camarões, o equivalente a US$ 13,3 bilhões em 2011.

Fonte: Valor Econômico

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