As exportações alemãs caíram em maio no ritmo mais forte desde o fim de 2009, e a produção industrial desabou, sugerindo que a maior economia da Europa está sofrendo para recuperar o ímpeto, embora um aumento nas importações aponte para uma demanda doméstica robusta.
Combinados com os números da semana passada que mostraram forte queda nas encomendas à indústria e contração no setor industrial, os dados destacam o quanto a Alemanha está sofrendo com a demanda mais fraca na Europa e agora também na China. "Os dados industriais e de comércio da Alemanha são um golpe para as esperanças de que uma forte recuperação na maior economia da da zona do euro poderia em breve tirar a região da recessão", disse a economia da Capital Economistas Jennifer McKeown.
Bastião do crescimento nos primeiros anos da crise da zona do euro, a economia alemã encolheu no fim de 2012, e começou 2013 com fraqueza, evitando por pouco uma recessão graças ao consumo privado.
As exportações, tradicionalmente a espinha dorsal da economia alemã, caíram 2,4 por cento em maio, segundo dados sazonalmente ajustados, mostrou a Agência Federal de Estatísticas, muito mais que a estimativa de queda de 0,4 por cento e o dobro da projeção mais fraca, de recuo de 1,2 por cento.
Os embarques para a zona do euro, para onde a Alemanha envia 40 por cento de seus bens, diminuíram 9,6 por cento em maio em comparação com o mesmo mês no ano passado.
As exportações para países fora da Europa recuaram 1,6 por cento, com uma desaceleração na China reduzindo o apetite no país que muitas empresas alemãs cogitavam como alternativa.
O governo acredita que as exportações agirão como um peso sobre o PIB neste ano, e conta com o consumo privado, mercado de trabalho robusto e inflação moderada para sustentar o crescimento.
Entretanto, o aumento de 1,7 por cento nas importação será uma boa notícia para o governo, já que mostra que os alemães estão comprando mais bens do exterior.
"A força nas importações mostra que a demanda doméstica está robusta, o que é bom para o crescimento alemão porque o consumo e o investimento podem fazer contribuições positivas para o PIB", disse Christian Schulz, do Berenberg Bank.
A produção industrial da Alemanha, por sua vez, recuou 1 por cento em maio, o dobro do estimado e a maior queda desde outubro, à medida que as fábricas produziram menos bens de capital e a indústria da construção vacilou, mostraram dados do Ministério da Economia.
Fonte: Reuters