A Pinacoteca do Estado de São Paulo (centro de São Paulo) exibe 47 obras do pintor, escultor, ilustrador e desenhista Arcângelo Ianelli, a partir deste sábado (2).
O paulistano Ianelli (1922 - 2009) começou sua carreira como desenhista autodidata e se aperfeiçoou com o estudo de perspectiva na Associação Paulista de Belas Artes, nos anos 1940. Frequentou o ateliê de Waldemar da Costa e, nos anos 1950, foi co-fundador do Grupo Guanabara, juntamente com os artistas plásticos Manabu Mabe, Jorge Mori e Tikashi Fukushima, entre outros.
Ianelli passeou por vários estilos, indo da arte figurativa (no início de carreira) à abstração geométrica (já nos anos 1970). "Ianelli pode ser considerado um dos grandes coloristas da arte brasileira", afirma Ivo Mesquita, curador-chefe da Pinacoteca.
Das obras em exposição, 34 foram doadas pelo espólio do artista e 13 fazem parte do acervo do museu. A mostra vai até 14 de agosto e, dela, fazem parte pinturas, desenhos e gravuras.
Na década de 1950, Ianelli fez parte do grupo Guanabara, que reunia vários artistas japoneses, entre eles Manabu Mabe (1924-1997), Yoshiya Takaoka (1909-1978) e Tikashi Fukushima (1920-2001).
A abstração apareceu pela primeira vez em sua carreira na década seguinte. Mais tarde, nos anos 70, iniciou a produção de esculturas.
Foi quando apareceram seus quadrados e os retângulos monocromáticos cujas simplificações se tornariam sua marca registrada.
"Nesse período, por causa de uma intoxicação com tinta a óleo, passei a usar a têmpera a ovo, que me ensinou técnicas de transparência e uniformidade, que uso desde então."
Recebeu inúmeros prêmios, participou de diversas exposições na Europa, nos EUA e no Brasil, entre elas, oito bienais de SP.
Suas obras estão em museus no Japão, México, Itália, Canadá e na América Latina, além de constar do acervo das principais instituições brasileiras.